03 fevereiro 2008

Mafalda contra Isabel pelas mulheres do PS

Notícia Publicada no Diário de Notícias da Madeira, 13 de Janeiro de 2008

Mafalda Gonçalves ajudou a criar o departamento de mulheres no PS-M, que quer liderar

Mafalda Gonçalves é a nova candidata para liderar o futuro Departamento de Mulheres Socialistas na Madeira. A razão da sua candidatura, diz, não podia ser mais óbvia: "Quero dar o meu contributo para uma participação mais activa das mulheres madeirenses na política e na sociedade".

Com este propósito, a militante do Partido Socialista dirige-se às suas "camaradas" para relembrar que, "ao nível da igualdade e da participação das mulheres, nos últimos anos, têm sido dados passos largos". No entanto, é crítica: "Infelizmente, conseguiu-se mais ao nível do discurso e de legislação do que propriamente na prática. O que continua a verificar-se é uma participação muito fraca das mulheres na vida política activa".

Militante do PS há cerca de 12 anos, Mafalda Gonçalves tem um percurso marcado por vários cargos na estrutura regional do partido, sobretudo na concelhia de Santa Cruz. Da Juventude Socialista, onde foi presidente da Comissão Regional, aos secretariados do Partido Socialista, assumiu ainda o cargo de vereadora no anterior mandato da Câmara Municipal de Santa Cruz, ocupando agora um lugar na Assembleia Municipal. Fez parte da Mesa no último Congresso Regional, em Julho de 2007, onde se chegou ao púlpito para apresentar uma moção ao plenário.

"O caminho faz-se caminhando"

É com este espírito de participação que Mafalda Gonçalves pretende construir o Departamento de Mulheres Socialistas. "A grande missão do Departamento será chamar à participação o maior número possível de mulheres", afiança. "O caminho faz-se caminhando e, apesar de ser preciso começar devagarinho, muito mais há a fazer".

Uma das propostas que tem para o departamento é "criar pequenas estruturas ou núcleos concelhios, que terão uma pessoa responsável e que fará a ponte com o Conselho Consultivo, o órgão que será eleito", explica. "O objectivo é haver sempre uma comunicação directa com todas as militantes, na óptica de comunicação em rede, para construir, construir, construir", reforça.

Muito trabalho, acredita a candidata, é o que envolverá o dia-a-dia na organização das mulheres socialistas na política activa. "Para as próximas eleições autárquicas, que já estão mesmo à porta, vamos precisar de um certo contributo das mulheres para a integração das listas. Isto, com base na lei da paridade que garante 33% de mulheres em listas partidárias. "Em todas as freguesias que haja mais de 750 eleitores e todos os concelhos com mais de 7.500, as listas terão de reflectir uma representatividade de, pelo menos, 33 por cento de homens ou mulheres".

Ou seja, uma grande responsabilidade do Departamento para mobilizar não só as mais de 800 militantes femininas, mas também muitas simpatizantes do PS na Região Autónoma. Contas por alto, seriam necessárias cerca de 400 candidatas para as listas do PS-M às Autárquicas em 2009. "Como sabemos, ainda existem muitas barreiras socioculturais, por isso há muito trabalho pela frente", reafirma.

Além deste objectivo a médio prazo, no imediato é preciso organizar a lista às eleições para o Departamento, que ainda nem têm data marcada. Mafalda Gonçalves salienta que encara a disputa com Isabel Sena Lino, que já anunciara intenção de se candidatar, "como um trabalho que dará os seus frutos" e que, independentemente do resultado, "será um departamento que trabalhará só em prol das mulheres, quer do PS quer das madeirenses, e podermos ter uma sociedade mais justa e equilibrada".

Metas
  • Organizar núcleos concelhios, por forma a garantir uma maior proximidade entre as militantes.
  • Convencer o maior número de mulheres socialistas a se entregarem à luta política.
  • Objectivo a médio prazo: eleições autárquicas, onde serão necessárias pelo menos 400 candidatas.

Sem comentários: